Indubitavelmente, a relação médico-paciente se trata de uma parte fundamental para o exercício da medicina clínica, devendo ser compreendida e exercida desde o estudante de medicina na fase inicial até o médico mais senil.
Essa relação mútua é iniciada exclusivamente por uma anamnese, um tipo de “entrevista” do paciente realizada pelo médico (ou estudante). Mas para isso acontecer de forma harmônica é necessário um treinamento longo e focal durante a fase acadêmica, sempre sob supervisão docente.
Uma “simples” entrevista (para uns simples, para outros nem tanto) deve sempre ultrapassar as barreiras médicas e biológicas e aprofundar-se também em relações familiares, ancestrais, particulares que nem sempre são encaradas com firmeza e dedicação pelo respectivo doente, seja por impossibilidade gerada pela doença ou por uma rejeição do paciente.
Um médico ao realizar a anamnese não deve ser em hipótese alguma um ser autoritário ou superior, e sim se portar como um sujeito amigável e compreensível sempre direcionando-a para a causa aparente da patologia. É necessário respeitar os princípios da bioética como: autonomia (tomar decisões junto com o paciente), beneficência (sempre fazer e desejar o bem), não-maleficência (não praticar o mal), sigilo (silêncio médico) e justiça (ética médica).
Devido à uma grande progressão tecnológica, o paciente dos dias atuais difere muito dos doentes antepassados. O acesso à internet e à meios de comunicação estão cada vez menos restritos à uma determinada classe, favorecendo assim a expansibilidade das informações (sintomas, diagnóstico, tratamento etc) que antigamente se restringiam apenas à profissionais da área da saúde. Isso ressalta ainda mais a necessidade de uma conversa (nem que seja breve) para resgatar informações até então mascaradas.
É de fundamental importância a presença de uma equipe multiprofissional na realização da anamnese, pois a equipe deverá ter comportamentos complementares e dinâmicos que favorecerão o acolhimento do doente e a qualidade do atendimento.
Se faz necessário ainda, levar em conta a característica da patologia acometida e o tipo de paciente que será entrevistado. Pois, é notório a diferença cultural, social e econômica de diversos doentes que sentarão na cadeira à sua frente, não deixando ser influenciado por pseudo-emoções e resistências vindas do paciente, que poderão influenciar no diagnóstico final. Todavia, a diferença de comportamentos médicos também está presente, existindo profissionais “paternalistas”, “inseguros”, “ frustrados”, “pessimistas”, “autoritários”.
Então, fora criado a noção de um médico ideal. Aquele que atue como uma pessoa normal, e não como uma classe “especial”, que tenha competência científica com espírito de solidariedade e humildade, que compreenda o sofrimento alheio e, acima de tudo, que tenha vontade de AJUDAR.
Por fim, “devemos” lembrar que a clínica é soberana e que o médico não se trata de um tipo curador e sim de um ser CUIDADOR.
Felipe Seabra
"A clínica é soberana" entre aspas. A frase pertence ao grande médico Dr. Marcos Pacheco.
ResponderExcluirFelipe Seabra
Quando eu começo a lê o texto, vejo essa palavra . . ."Indubitavelmente" . . . não tinha como ser texto de Felipe Seabra. Ficou muito bom, meu futuro Drº . . .
ResponderExcluir" . . . a clínica é soberana e que o médico não se trata de um tipo curador e sim de um ser CUIDADOR." muito bom, concordo plenamente ou . . . Indubitavelmente !!! rsrsrsrs
Parabéns pelo post e blog !!! (Rômulo Mendes)
"Essa relação mútua é iniciada exclusivamente por uma anamnese"
ResponderExcluirNa realidade, o ideal é que essa relação se inicie ANTES msm da amanmese, no bom dia, na linguagem não verbal.
"'A clínica é soberana' entre aspas. A frase pertence ao grande médico Dr. Marcos Pacheco."
A bem da verdade, trata-se de um axioma razoavelmente antigo e bastante utilizado pelo mundo inteiro. Por isso msm, duvido que Dr.Marcos Pacheco alguma vez tenha dito ser de sua autoria. hehe!
Texto bacana! Só tem que tomar cuidado com termos definidores e expandir um pouco os horizontes acadêmicos para além do seu campus.
Muito boa a intenção do blog!
Parabéns!
Obrigado! Concordo com você em quase totalidade. Disse que a relação mútua era iniciada exclusivamente pela anamnese, pois na mesma, estava contida o "BOM DIA" e até o abrir da porta do consultório.
ResponderExcluirDisse que a frase era do Marcos Pacheco, pois foi o único que tinha ouvido, até então, proclamá-la. Pois fiz esse texto no 3º período (há 1,5 anos).
No mais, obrigado pelas críticas e volte sempre.. espero melhorar e postar textos mais interessantes. Aguarde! Abraços.